Ruka
O Ruka morreu. Tinha, afinal, um tumor nos intestinos. Não foi a ferida de que se falou nem tampouco "alguma coisa que ele comeu". era mesmo um tumor. Vulgo câncro. Morreu ontem e só hoje o soube.
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Nunca crio laços fortes com os animais desde que o Lord não voltou da sua volta diária e o imaginei morto. O Ruka fazia, em Janeiro próximo, 4 anos. Era novinho. E sinto-me triste por não o ter amado como ao Lord.
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Foi abatido para evitar o sofrimento que se lhe adivinhava. Os meus pais assistiram. O meu pai tinha-o nos braços. A minha mãe chorou do princípio ao fim. O meu pai chorou o dia todo e ainda hoje chorava por dentro. Nunca tinha sentido o meu pai tão triste.
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A minha mãe contou hoje que ontem, quando ele, mais uma vez, se recusou a comer, ela lhe disse numa voz meiga: "Anda lá, Ruka, come um bocadinho". E ele inclinou a cabeça para o lado direito, enterneceu os olhos e pestanejou devagar.
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Hoje o meu sobrinho não viu o cão. Estava confuso. E tentei-lhe dizer: o Ruka foi-se embora, bebé! Não há!".
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Mas há. Há-de haver sempre.
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