Ser mãe é...
Acordei de manhã com um calor insuportável, toda transpirada. O sol nascente bate mesmo de frente na janela do meu quarto. Fitei a ventoinha como que a condená-la pelo calor sentido. Notei que estava desligada. Duvidei da minha sanidade mental porque, lembrava-me, nitidamente, de a ter ligado às duas da manhã, antes de me deitar. Levantei-me da cama e verifiquei que a ventoinha estava ligada à corrente. Voltei a duvidar da sanidade mental, desta vez da própria ventoinha. Depois percebi o óbvio: alguém desligara a ventoinha.
Prossegui na minha "lide" diária e matinal, casa de banho, quarto, casa de banho novamente, cozinha. Pai e mãe à mesa do pequeno almoço. "Quem é que desligou a minha ventoinha?", "Fui eu", diz a mãe. "Porquê??", pergunto eu, desta vez duvidando da sanidade mental da mãe. "Porque estava fresco.", "Para quem???", "Para mim!", "Então e agora o que é que achas que está? É que tenho de me vestir para ir trabalhar e preciso que me digas se levo uma camisola de alças ou de gola alta".
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A minha mãe continua com aquele sintoma aborrecido das mães: acham sempre que os "termómetros" dos filhos estão avariados. E é então que a seguinte afirmação continua a fazer sentido, mesmo qundo se tem uma filha de 26 anos: "Camisola de lã é aquilo que os filhos vestem quando a mãe tem frio."