Utópico(s) no Mitus

Mitus

Foi há muito tempo. Eu pensei-o. Eu criei-o. É um mitus...

sexta-feira, outubro 29, 2004

Portugal, amanhã

Obrigado, Inês, pelo excelente alerta. Não fosses tu, e ter-me-ia passado ao lado.
"Não quero recordar-vos Salazar e Caetano. Sei que isso está fora do nosso (meu e vosso) tempo. Apenas quero reivindicar uma coisa: os corajosos da minha geração fizeram o 25 de Abril de 1974 para que vocês, geração dos meus filhos, crescessem em liberdade. Quando digo a alguém da vossa idade que, há trinta anos, não se podia dizer tudo o que apetecia, quase não acreditam. Compreendo: viveram a poder exclamar o amor e a saudade, a ternura e a raiva. Quando queriam, puderam romper, sem medo, com tudo com que não concordavam. É por isso que peço para estarem muito atentos. Não uso frases do passado, género «fascismo, nunca mais» ou «a democracia está em perigo». Não é verdade, e são expressões que vos causam tédio. Quero apenas dizer-vos que, se não ousarem, falharão no essencial: deixarão de construir uma sociedade melhor para os vossos filhos (nesse aspecto, os «velhos» não falharam, vive-se hoje bem melhor do que na juventude dos meus pais)."
Daniel Sampaio, aqui.

Arco-íris

Hoje vim um arco-íris lindíssimo. E, curiosamente, pareceu-me vê-lo em quase todas as caras com que me cruzei!
PS - Bom fim-de-semana prolongado!

quinta-feira, outubro 28, 2004

Tranquilidade

Não sei se foi da música, do gelado ou da boa disposição, mas esta tarde, no regresso a Olhão, senti-me muito, muito leve. O Wonderful Life (Black) sempre me transportou para lugares calmos, mas esta tarde foi uma sensação muito estranha. Muito agradével. Senti-me como uma personagem de Milan Kundera, na Insustentável leveza do ser. De tão leve, senti-me intensa. E acho que foi por isso que comecei a escrever este post: para dizer que me sinto intensa, mas leve. Tão leve que poderia agora caminhar por sobre águas turbulentas.
(suspiro longo, prazeiroso)

Chuva! Muita chuva!

Não foi a tempestade que se esperava (ainda bem!) mas deu para lavar as estradas. Também é verdade que deu para ver uns dedos espetados no ar... uma refilices aqui, outras ali... nada de grave! Eu hoje estive muito Zen, como diria um amigo meu! Nem sequer me cocei por dentro como faço quando estou muito bem disposta. Nem para isso deu! Ignorei os imbecis todos que andavam, mais uma vez, nas estradas quais heróis do asfalto. Bom, mas o que me leva a falar da chuvinha simpática que se fez cair do céu é outra coisa: os peões. É sempre bom lembrar-me quando, também eu, andava a pé. Inclusive quando chovia. Era tão desagradável apanhar banhos por aspersão provocados pelos pneus dos automóveis... e era tão chato quando estava na passadeira à espera de passar, debaixo de chuva, e ninguém parava... Pois bem, hoje assiti a um grandessíssimo cromo num Wolkswagen Polo a fazer de propósito para passar dentro das poças de água que se formavam à beira da estrada. Fartou-se de rir, masi o parvalhão que o acompanhava. Foi deprimente. Principalmente quando o alvo foi um puto coberto por um impermeável que pouco devia impermear... enfim... há gente que mais valia andar sempre a pé.
E o piro é que hoje, dia 28, vai chover em quase todo o mundo...

terça-feira, outubro 26, 2004

Parabéns!

O Asul faz aninhos! Aliás, já fez, mas eu ando distraída! Vá, dêem um pulinho até lá que vale a pena!

Jantarito

Não sei de quem é a culpa, mas a verdade é que decidi, de há uns tempos a esta parte, que irei desenvolver um estilo de vida mais saudável. Enquanto não deixo de fumar, de roer as unhas, de trabalhar de mais e de descansar de menos, vou fazer isso mesmo. Vai daí, amanhã o jantar deverá ser Esparguete ao Molho Pesto.

segunda-feira, outubro 25, 2004

Política

Não gosto de opinar sobre política, mas o e-mail que recebi esta noite vale o pecado. É excelente!

"Uma criança pergunta ao pai: "Papá, o que é a política ?"
O pai responde:
Eu trago o dinheiro para casa, por isso sou o Capitalismo. A tua mãe controla o dinheiro, portanto é o Governo. O avô controla para que tudo esteja normal, por isso é o Sindicato. A nossa criada é a classe operária. Preocupamo-nos para que tu estejas bem. Por isso tu és o Povo. E o teu irmãozito, é o Futuro. Entendeste o que eu disse?
O pequeno pensa um pouco e diz ao pai que queria consultar-se com a almofada.
Durante a noite a criança acorda porque o seu irmãozito está a chorar com a fralda suja. Como não sabe o que fazer, vai ao quarto dos seus pais.
Ali está somente a mãe dormindo profundamente e não consegue despertá-la. Dirige-se para o quarto da criada, onde se encontra o pai que se diverte com ela. Estão tão ocupados que não dão conta da presença da criança. Por isso o pequeno decide voltar a dormir.
Na manhã seguinte o pai pergunta se agora já sabe explicar em poucas palavras o que é a política: "Sim", responde o filho.
O capitalismo aproveita-se da classe operária! O sindicato nada vê! Enquanto isso o governo dorme! O povo é completamente ignorado! E o futuro está na merda!"

sexta-feira, outubro 22, 2004

Enjoy your life!

Adeus e até ao meu regresso! Vou de mini-mini férias para um mini-mini descanso! Tenham um bom fim de semana e não deixem que o mundo se perca na minha ausência! Divirtam-se! Eu vou fazer o mesmo, concerteza! Litoral alentejano: aqui vou eu!

quarta-feira, outubro 20, 2004

Felizmente

Apesar de tanta gente pequenina, existem algumas pessoas que valem todas as coisas bonitas que penso do mundo. E que me continuam a ensinar que vale a pena continuar a acreditar que o mundo pode ser melhor quando conduzido por pessoas com bom coração. Felizmente!

terça-feira, outubro 19, 2004

Mais um teste

Por incrível que pareça, perdi, no mínimo, quatro oportunidades de ver este filme. Ou porque não apanhei bilhete no cinema, ou porque não vi a reposição do Faroshopping, ou porque faltei ao serão caseiro... Enfim, não vi o "Fabuloso Destino de Amelie". Não deixa de ser curioso, uma vez que é este bom filme que "eu sou"! Mais uma razão para o ver, sem falta!

Você é "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain" de Jean Pierre Jeunet. Você é engraçado(a), original. Uma pessoa leve e maravilhosa de se conviver.
Faça você também
Que bom filme é você?

sexta-feira, outubro 15, 2004

Cultura Nacional em Faro 2004

Um bocadinho no seguimento do desafio do Luís Ene, venho, com grande satisfação, fazer a justa divulgação de algo que me parece digno de uma "Faro, Capital Nacional da Cultura 2005".
Chama-se
Galeria Virtual e trata-se de um projecto que "através da exposição de arte, [pretende] apresentar e promover obras de artistas plásticos contemporâneos, associando também a animação, na vertente da música e dança." A boa novidade é que tudo terá lugar no defunto FaroShopping, há muito à espera de cultura.
Promete-se ainda:
"Através do confronto entre artes aparentemente sem ligação - artes plásticas (Desenho, Pintura e Escultura) versus expressão musical, corporal e dramática - pretende-se fomentar a interacção entre um publico alvo diferenciado, bem como a multidisciplinaridade em eventos culturais. O projecto “Galeria Virtual – Art vs Music” será desenvolvido ao longo de seis edições, apresentando diferentes artistas."
A primeira edição da Galeria Virtual – Art vs Music realizar-se-à no Sábado dia 30 de Outubro. A inauguração está prevista para as 22h , acompanhada de um porto de honra, seguido de um momento musical e pelas 24h será aberto o “Project Room” do espaço convívio.

Talvez este seja um pequeno primeiro passo para que se comecem a sensibilizar as hostes para os 9 meses de cultura que nos esperam em Faro. Pode ser que seja uma boa surpresa.

quarta-feira, outubro 13, 2004

Novidades... ou não!

1 - A minha amiga Dália foi, justa e finalmente, colocada. Estou muito feliz por ela. É daquelas pessoas que merece - mesmo - ser muito feliz.
2 - O Santos Passos mudou de casa. Terá de pagar para reaver as antigas mobílias. Visitem-no. Precisa de ajuda!
3 - Vou mesmo começar o yoga e, se tudo correr bem, será já na próxima semana. Estou feliz!
E com tanta novidade boa, não vale a pena dizer mais nada: 'Tá-se bem!!!

Sócrates e Santana




Se um dia decidisse escrever um post sobre estes dois marretas, usaria esta foto para o ilustrar.
E é assim que gosto deles: de boca aberta, espetadinhos num pau.

terça-feira, outubro 12, 2004

Agora que já ninguém quer saber

Depois de tanto se ter dito e escrito sobre a questão, pensei seriamente em não escrever sobre o aborto. Nem sequer quero divagar sobre a hipótese da despenalização. Nem sequer desejo exprimir a minha opinião acerca disso. Aborrece-me que o tentem fazer: os pró e os contra-aborto.

Em 1996 vivi de muito perto um caso de aborto depois das 12 semanas. Muito próximo, dentro da minha própria casa. Acompanhei tudo desde o início. Em especial a ilusão de que a criança seria feliz na vida que lhe era adivinhada. Diga-se o que se disser, nunca é de ânimo leve que uma mulher faz um aborto. O que acontece é que outras questões, que não as éticas, se levantam na altura de decidir entre a vida ou a não-vida. E por não-vida entenda-se tanto a morte como aquela existência sem vida. E por vida entenda-se tudo o que de mínimo é exigido ao bem estar de uma criança. Amor, família, condições de higiene e segurança e, sobretudo, perspectivas de crescimento saudável.
Tenho a certeza de que, se a tal criança tivesse vivido, hoje seria uma criança igual às outras. Já a mãe... não sei se ainda seria mulher, mãe, indivíduo. Provavelmente ter-se-ia apagado na infelicidade de não poder oferecer à criança aquilo que sempre desejara. Provavelmente teria mesmo decidido deixá-la com os avós ou com os tios, mas sempre com terceiros. Provavelmente seria infeliz por ter decidido de acordo com as regras da sociedade e não com as regras do SEU coração.
A mãe, agora mesmo mãe, chorou muito pela decisão que tomou, mas foi a que mais pesou na balança do SEU coração. Porque são assim as decisões que tomamos na vida: deixamos sempre alguma coisa para trás. E fica sempre a dúvida: como teria sido?
Hoje, passados que estão uma série de anos, sinto que também eu teria feito o mesmo. Porque ter um filho não são nove meses de gravidez: é uma vida inteira. Ou deveria ser. Ter um filho não é como comprar casa ou carro - "aquilo" é nosso para sempre - com tudo o que de bom e mau daí advém.
Eu faria um aborto se o MEU coração mandasse. E não há nada que eu queira mais do que ser mãe.

segunda-feira, outubro 11, 2004

Direitos do Leitor

- O direito de não ler
- O direito de saltar páginas
- O direito de não acabar um livro
- O direito de reler
- O direito de ler não importa o quê
- O direito de "amar" os heróis dos romances
- O direito de ler não importa onde
- O direito de saltar de livro em livro
- O direito de ler em voz alta
10º - O direito de não falar do que se leu

Daniel Pennac
(sobre o autor)

quinta-feira, outubro 07, 2004

"Being There"

Vi este filme esta semana. Talvez tenha sido o conteúdo mais interessante de uma aula nos últimos anos. É espectacular e, para aqueles interessados na comunicação interpessoal, nos efeitos dos media, na sociedade globalizada, aconselho piamente.
Chance é um homem de meia idade que viveu toda a vida dentro de uma casa, sem permissão (ou vontade) de conhecer o mundo para lá daquelas paredes. O jardim do casarão fora sempre o seu refúgio. A televisão fora, por sua vez, a sua verdadeira paixão e a única forma de conhecer a sociedade e o mundo. No dia da morte do patrão, Chance fica entregue à sua sorte. Tem, nesse momento, o seu primeiro contacto com a realidade. É fascinante.
Um filme de 1979, de autoria de Hal Ashby, com Peter Sellers no papel de "Chance, the gardiner". Em Português procure-se Bem-vindo Mr. Chance. Vejam-no assim que puderem. Vale tão a pena.
Só para terminar, saiba-se que as últimas palavras proferidas no filme são: "Life is a state of mind." Nem mais!

terça-feira, outubro 05, 2004

Feriado Nacional

Toda a gente sabe: hoje é feriado. Comemora-se a Implantação da República, que aconteceu em 1910.
Dúvida - Será que os monarcas celebram o feriado?
Certeza - O país parou: os telefones não tocam e há muito mais trânsito na estrada.